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Monitoramento ambiental: surpresa, achamos um patógeno!

Apresentamos o artigo nº 5 da série 2, da coleção de artigos do Jack Van Der Sanden, intitulado Programa de monitoramento ambiental: um guia passo a passo



Este é o último capítulo da nossa curta série sobre gestão ambiental de patógenos. Os artigos anteriores forneceram alguns insights para o programa de gerenciamento ambiental de patógenos em sua fábrica.

 

Há apenas um ponto que não foi abordado: o que fazer se você encontrar um patógeno na sua planta. O pânico é muitas vezes a primeira reação, mas não deve ser se você tiver um plano de resposta predeterminado.

 

Jack van der Sanden, neste quinto e último artigo, explica o que fazer quando uma de suas amostras de patógenos for positiva e destaca algumas ações para mitigar o impacto.


Então, projetamos nosso programa de patógenos, conduzimos uma avaliação de risco para determinar nossos pontos de amostragem, encontramos um laboratório parceiro e iniciamos o monitoramento – UFA - paz de espírito! Isso, claro, até aquela ligação numa sexta-feira à tarde, nos dizendo que um dos nossos swabs ambientais deu positivo (é sempre uma sexta-feira à tarde!).


A reação mais comum que eu tenho visto é: pânico! Uma louca reunião de crise de último minuto e algumas pobres almas passando o fim de semana na fábrica, correndo em círculos, limpando e amostrando. Lembro-me muito bem da minha primeira caça à Listeria há cerca de 20 anos (durante o fim de semana!), quando fomos acompanhados por um gerente muito sênior (e um tanto mal-humorado) para nos orientar e ficar de olho nos procedimentos

 

Não precisa ser desse jeito!!!


Um bom programa de monitoramento ambiental de patógenos deve incluir um plano de resposta pré-determinado documentado. Lembra da razão pela qual começamos nossa caça por esse patógeno? Foi para encontrar esse patógeno no ambiente, bem antes de ele entrar sorrateiramente em nosso produto. Então, não devemos nos surpreender se tivermos um resultado positivo, em vez disso, devemos nos parabenizar: Uhuul, nosso programa de monitoramento está funcionando!  

 

Felizmente, podemos usar as cores na matriz de risco do meu artigo anterior para orientar nossos planos de resposta. Porque, a meu ver, uma resposta ao vermelho, amarelo ou verde precisa ser diferente. No entanto, antes de começarmos a escrever nossas ações para cada cor, gostaria de introduzir a "disposição ao risco".

 

Não tenho certeza se você já falou com um consultor financeiro. Uma das primeiras coisas que eles fazem, antes de começar a falar de opções de investimento, é avaliar sua disposição ao risco; se você é mais relutante ao risco ou se já está preparado para assumir algumas perdas ocasionais em sua jornada em direção à liberdade financeira.

 

Quando se trata de nossa matriz de risco de patógenos, isso não é diferente. Participei de reuniões em que diferentes disposições ao risco das várias partes causaram alguns atritos. Portanto, o primeiro passo é determinar o risco aceitável para o negócio, para os agentes reguladores e para os auditores. Uma vez que tenhamos concordado com a disposição ao risco de todas as partes interessadas, podemos alinhar nossa resposta pré-determinada para cada cor.

 

Por exemplo, eu sou um profissional de segurança dos alimentos e conservador quando se trata de patógenos, então aqui está meu plano de resposta preferido para um determinado patógeno:

 

Verde: Esperado – alguns swabs de rastreio para determinar o tamanho do problema (e talvez encontrar a causa).

Amarelo: Surpresa – swab de rastreio mais rigoroso e maior amostragem do produto final e testes no futuro. 

Vermelho: Assustador – swab de rastreio intensivo e amostragem adicional do produto final antes da liberação a partir da data do último resultado, (claro se possível, porque seu produto precisa estar sob seu controle).


(Note que estamos falando de um patógeno alvo. Para eventuais outros patógenos monitorados, neste cenário, apenas um bom rastreamento é recomendado).


Para fazer um rastreamento, a tecnologia de swab aleatório (artigo anterior) agora é apropriada, porque sabemos que o patógeno está em algum lugar e queremos encontrar a fonte.

Isso não é fácil; em muitos casos, você terá dificuldades para encontrar o patógeno novamente (e aí ele volta a aparecer alguns meses depois!). Penso que a principal razão para esta falta de sucesso é uma resposta mal coordenada e muito rápida. Os dados que temos até o momento provam que uma das maiores vantagens de um programa de gerenciamento ambiental de patógenos é: termos tempo para fazer um trabalho adequado! (lembra da Empresa X no meu primeiro artigo?)

 

Por isso fico um pouco preocupado com tecnologias recentes de teste "instantâneo" ou "muito rápido" para patógenos. Embora eu veja os benefícios para a fabricação de produtos de giro rápido e investigações de rastreamento, um teste de patógeno ambiental nunca deve se tornar uma ferramenta de liberação de linha como o ATP, já que os patógenos devem, por definição, "não estar" em sua fábrica e tendo em conta que um resultado positivo deve sempre levar a uma investigação completa

 

Também gostaria de reiterar meu alerta sobre resultados "falsos". Idealmente, devemos usar o mesmo método de teste validado para todos os nossos testes de patógenos (ambientais e do produto final) para evitar quaisquer debates sobre métodos de teste (e acredite, eles acontecem quando se trata de um resultado positivo para patógenos).

 

Um resultado positivo de patógenos ambientais é um momento para refletir deão invés de entrar pânico (o que está acontecendo!?). Precisamos de tempo para maximizar nossas chances de encontrar a causa, para que possamos melhorar nossos controles e sistemas. Como eu disse uma vez ao CEO de uma grande multinacional de alimentos: "Não estou preocupado se encontrarmos um patógeno em uma das fábricas, mas fico preocupado se a não houver resposta a esse achado".

 

Então, aqui estão algumas dicas de plano de resposta:

•         Pegue seu checklist de resposta (pré-preparado).

•         Traga alguns olhos frescos e imparciais (a caça começa!)

•         Realize uma inspeção de limpeza primeiro (para identificar os pontos de "alimento – umidade – abrigo")

•         Revisar os registros de fabricação da linha em busca de eventos/alterações incomuns

•         Observar os movimentos de tráfego da fábrica para identificar falhas

•         Inclua swabs vetoriais que possam agregar informação (ele se espalhou? De onde veio?)

•         Faça o swabs de rastreio antes da sua limpeza profunda.

•         Considere também swabs para indicadores de higiene (EB, Coliformes)

•         Considere realizar swabs por vários dias

 

E a lista continua!


Espero que tenham gostado desta minissérie, eu mostrei que um programa eficaz de monitoramento ambiental de patógenos é mais do que um "cotonete aqui e ali".

 

Exploramos porque devemos ter um programa de monitoramento ambiental de patógenos, quais patógenos procurar, como procurá-los e o que fazer se os encontrarmos. Também compartilhei algumas lições e experiências pessoais com vocês, porque o teste de patógenos pode ser muito caro para o seu negócio – especialmente se você errar.

 

Finalmente, se tudo parecer um pouco sufocante, entre em contato; eu ficaria feliz em apoiar sua jornada em direção a um programa robusto de patógenos, para que você possa ter uma boa noite de sono!

 

Para receber mais informações

 

Jack van der Sanden  é consultor internacional de segurança dos alimentos. Ele faz parte da indústria alimentar global há mais de 30 anos.


Após obter uma licenciatura em tecnologia alimentar nos Países Baixos, Jack ingressou na indústria alimentar como supervisor de produção. Ele migrou para a Nova Zelândia em 1990, onde obteve um diploma de pós-graduação em ciência e tecnologia de laticínios na Massey University.


Ao longo dos anos, ele subiu na hierarquia e acabou gerenciando equipes de produção, técnicas e de segurança e qualidade dos alimentos. Esta exposição multifuncional permitiu-lhe encontrar soluções pragmáticas, que fortaleceram os sistemas de segurança e qualidade dos alimentos em diferentes organizações multinacionais.


Durante sua carreira, ele não apenas assessorou pequenas e médias empresas da indústria alimentícia na Nova Zelândia, mas também administrou projetos de consultoria internacional nos Estados Unidos, Europa e China. Sua experiência abriu muitas portas para ele, desde liderar treinamento em segurança e qualidade dos alimentos até orientar muitos profissionais da indústria alimentícia em todo o mundo.


Durante os últimos 10 anos, especializou-se em Monitoramento de Patógenos Ambientais (EPM) e aconselhou indústrias alimentícias na elaboração de programas de EPM preventivos e eficazes.

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