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Teste de Endotoxinas: Importância, Métodos e a Revolução do Fator C Recombinante (rFC)

O que é teste de endotoxina?, por que o teste de endotoxina é tão importante para a indústria farmacêutica?. Essas e outras perguntas são respondidas e analisadas a seguir.



Endotoxina é um tipo de pirogênio que causa febre. Ela é um componente da parede celular de bactérias Gram-negativas (GNB), como E. coli. Quando a endotoxina entra na corrente sanguínea, ela induz inflamação e reação pirogênica (febre) e pode até mesmo levar a morte da pessoa.

Por que o teste de endotoxina é tão importante para a indústria farmacêutica?

Considerando o risco que a presença de endotoxina pode oferecer, a verificação da presença dela em produtos farmacêuticos injetáveis e dispositivos médicos é um teste de controle de qualidade crucial para garantir sua segurança para uso humano.


O que torna o Fator C recombinante (rFC) tão único e quais benefícios ele oferece em comparação a outros testes?

A endotoxina ativa o Fator C que desencadeia uma cascata de reações de coagulação sanguínea, que é a base do teste LAL. O rFC é produzido a partir de um clone do gene que produz o LAL. Sua produção por meio de engenharia genética, fornece um produto estável, invariável, altamente sensível e específico para endotoxina, com alta capacidade de rendimento para garantia de qualidade do processo de fabricação de medicamentos desde o teste de água e matérias-primas até o produto final farmacêutico. A introdução do rFC transformou a maneira como conduzimos os testes de endotoxina, tornando-o mais simples, preciso e robusto. 


Quais são os métodos anteriores para testes de endotoxina e quais são as limitações deles?

O teste de pirogênio em coelhos in vivo (RPT) é o teste mais antigo para a detecção de pirogênios.  Com ele, os resultados são apenas qualitativos, tem sensibilidade variável e é propenso a resultados inconclusos.


A outra alternativa é o teste “Limulus amoebocyte lysate” (LAL), que usa sangue coletado de caranguejos-ferradura. Embora o teste LAL seja quantitativo, ele tem variações de lote para lote na sensibilidade e especificidade à endotoxina e não há uma metodologia padronizada para o processamento de ensaios. A presença de β-glucano em amostras de teste pode interferir nos resultados do teste, aumentando o potencial de falsos positivos.


Ambos os métodos dependem do uso de animais: coelhos ou o caranguejo ferradura. 


Por que o teste com rFC é superior ao teste de LAL?

Enquanto o teste LAL envolve uma cascata de coagulação de múltiplas enzimas para detectar a presença de endotoxina, o rFC sozinho é suficiente para fazer essa detecção! Isso faz com que o teste seja mais eficiente, robusto e menos sujeito a interferentes como B-glucanos.


O teste rFC também é muito fácil de adotar, já que o fluxo de trabalho para o teste baseado em rFC é muito semelhante ao dos testes baseados em LAL. 



Qual é o cenário mundial em termos de regulação sobre o rFC?

As principais farmacopeias estão indo em direção a aceitação dele.

 

Em 2021, a Farmacopeia Europeia aceitou e aprovou o rFC com o capítulo Ph. 2.6.32, permitindo o uso desse método para os países europeus. A Comissão da Farmacopeia Europeia vem permitindo também a inclusão deste teste em várias monografias. 


Em janeiro de 2024 foi a vez da Farmacopeia Britânica publicar seu capítulo.

Em novembro de 2024 a United States Farmacopeia (USP) publicou o novo capítulo <86>, que endossa reagentes não derivados de animais para testes de endotoxinas, incluindo rFC e reagentes em cascata recombinantes (rCR). Este capítulo fornece aos fabricantes as informações necessárias para usar reagentes não derivados de animais para testes de endotoxinas. 

Isso mostra que a regulação está, finalmente, indo ao encontro das recomendações de redução do uso de animais como preconizado pelo princípio dos 3R´s da sustentabilidade: Reduzir, Reutilizar, Reciclar.



Por que precisamos ir nessa direção?


É de amplo conhecimento a atual dependência excessiva do LAL para testes de endotoxinas. Isso impacta em primeiro lugar nos caranguejos-ferradura, que vem enfrentando constantes quedas populacionais em suas já limitadas áreas de existência no mundo. Na região da Ásia-Pacífico, os caranguejos-ferradura são agora considerados ameaçados de extinção e o impacto das atividades humanas no seu habitat fez com que algumas espécies desaparecessem completamente em certas áreas. 

Além disso, esse impacto não se restringe ao caranguejo em si, mas ao ambiente como um todo já que existem espécies que são dependentes desses caranguejos como fonte de alimentação.



Qual o impacto disso para a saúde pública?


Como a produção global de medicamentos injetáveis e dispositivos médicos depende dessa cadeia, a sustentabilidade da produção de medicamentos é colocada em cheque. 

Esse risco foi amplamente discutido durante a pandemia do COVID-19, que demandou a produção de bilhões de doses de vacinas, além de muito consumo de outras medicações injetáveis, usadas no tratamento e suporte de pessoas infectadas.



Focada na saúde pública mundial, a bioMérieux mais uma vez se destaca ao oferecer a linha ENDONEXT, testes de endotoxina baseados em rFC.




 

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